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Revista de Gastroenterologia da Fugesp - SINTOMAS E SINAIS DA BOCA DE INTERESSE GASTROENTEROLÓGICO
Mar/Abr-2001

COLONSCOPIA COM MAGNIFICAÇÃO:
SUA IMPORTÂNCIA NAS PATOLOGIAS COLORRETAIS

A neoplasia colo-retal é uma das mais freqüentes em indivíduos em idade adulta, decorrente da interação de fatores genéticos, dietéticos e ambientais, sendo prontamente curável quando diagnosticada em fase precoce.

Testes e exames relativamente simples estão disponíveis para esta finalidade, sendo recomendada na maior parte dos guidelines a realização de pesquisa anual de sangue oculto nas fezes e sigmoidoscopia flexível em indivíduos com mais de 50 anos, assintomáticos e sem outros fatores de risco.

Entretanto, indivíduos de alto risco podem, periodicamente, se beneficiar de exames completos do cólon, sendo a colonoscopia o método de eleição, permitindo não só a visualização de sua superfície de forma completa, como também a obtenção de material para exame anátomo-patológico, caso alguma alteração seja encontrada.

Recentemente, a colonoscopia com magnificação da superfície colônica tem permitido a análise imediata da superfície mucosa através da observação do padrão de aberturas das glândulas, podendo esta imagem ser atualmente ampliada em até 170 vezes, bem mais do que dispúnhamos nos primeiros exames realizados em 1975 por Tada et al (10x).

Esta técnica consiste na identificação da lesão suspeita (durante o exame colonoscópico com magnificação), na retirada do muco da superfície desta lesão por lavagem com água e aspersão de corante sobre a mucosa em questão (cromoendoscopia).

Obtém-se deste modo um melhor contraste da área suspeita, definindo melhor sua forma e extensão, facilitando sua análise pela magnificação e favorecendo a obtenção de material mais representativo para a biópsia.
À magnificação, busca-se observar o aspecto dos óstios das glândulas da mucosa colônica (pit pattern), os quais guardam significativa correlação com o aspecto histopatológico das lesões.

Pode-se assim classificar estas aberturas em cinco padrões principais:

  • Tipo I - aspecto normal, com óstios arredondados, pequenos, medindo de 0,07 + 0,02 mm de diâmetro, podendo variar discretamente de tamanho e forma conforme o sítio estudado. Pode ser também observado em lesões inflamatórias ou hiperplásicas.
  • Tipo II - abrange óstios mais largos (0,09 + 0,02 mm), de aspecto papilar ou estelar. É o padrão característico das lesões hiperplásicas.
  • Tipo III S - óstios tubulares ou arredondados, diminutos (0,03 + 0,01 mm), encontrados em lesões deprimidas, cancerosas, freqüentemente associados ao Tipo V.
  • Tipo III L - óstios tubulares ou arredondados, largos (0,22 + 0,09 mm), típicos das lesões adenomatosas protrusas. Podem ser encontrados em adenomas benignos (lesão sem dimorfismo glandular visível).
  • Tipo IV - óstios com formas variáveis, sulcos, giros, irregulares, de aproximadamente 0,93 + 0,32 mm, freqüentemente encontrados em lesões elevadas ou protrusas, sendo o aspecto em coral típico do tumor viloso.
  • Tipo V - óstios de superfície irregular ou desestruturada, típicos do carcinoma avançado ou submucoso. Deve ser feito diagnóstico diferencial com erosões ou ulcerações naquelas lesões menos características.

Atualmente, existem duas áreas de investigação endoscópica onde a colonoscopia com magnificação associada à cromoendoscopia tem demonstrado maior utilidade:

  1. Na distinção entre pólipos adenomatosos e não-adenomatosos.
    Este método propiciou uma sensibilidade de 81%, especificidade de 82% e valor preditivo negativo de 88%, permitindo uma distinção mais precisa entre pólipos e neoplasias. (Dados fornecidos pelo estudo multicêntrico de Kim et al, publicado em 1998).
  2. Na avaliação da intensidade da Retocolite Ulcerativa.
    (pelo número de abertura de criptas e alterações das mesmas, conforme publicado por Matsumoto et al em 1997).

Deste modo, atualmente pode-se dizer que a colonoscopia com magnificação endoscópica de imagens associada à cromoendoscopia é um método promissor na identificação e análise de lesões suspeitas, facilitando a obtenção de material histológico mais representativo, e até mesmo auxiliando em relação à necessidade (ou não) de biópsia de uma determinada região da mucosa.
Novos campos de estudo para esta técnica estão nas alterações esofágicas encontradas no esôfago de Barret e nas alterações da mucosa intestinal encontradas nas síndromes disabsortivas.
A Imagem do Número" ilustra a endoscopia por magnificação, que é também aplicável às porções altas do tracto digestivo e não apenas ao cólon.

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