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Revista de Hepatologia - MORFOLOGIA HEPÁTICA: CIRCULAÇÃO E PERFUSÃO HEPÁTICA
Setembro/Outubro 2000

CURSO DE HEPATOLOGIA

MORFOLOGIA HEPÁTICA: CIRCULAÇÃO E PERFUSÃO HEPÁTICA

Dra. Claudia P. M. S. de Oliveira
Médica Pesquisadora da Disciplina de Gastroenterologia da FMUSP

O fígado é um órgão ricamente vascularizado, recebendo cerca de 25% do débito cardíaco, o que lhe confere um aporte sangüíneo elevado. Esta característica é possível graças à dupla irrigação aferente que possui, representada pela veia porta e artéria hepática.

A veia porta é formada habitualmente pela confluência das veias mesentérica superior e veia esplênica. Em algumas pessoas, há variação anatômica e a veia mesentérica inferior também contribui para formar a veia porta.

O sistema porta apresenta um grande volume (aproximadamente 70% da irrigação hepática) e baixa pressão. Já na artéria hepática, o sangue é proveniente do tronco celíaco, funciona sob alta pressão, porém é de pequeno volume.

Assim, a maior parte da irrigação hepática deriva do sangue portal, que é venoso, sendo proveniente da parte distal do esôfago, estômago, baço, pâncreas e intestinos. O restante (30%) é nutrido com sangue arterial.

A circulação hepática é, portanto, representada por sangue arterial e sangue venoso, este último provindo das vísceras do abdome (70% do fluxo hepático). As ramificações venosas e arteriais alcançam os sinusóides, onde sangue arterial e venoso se misturam (veja Revista de Hepatologia nº 2, de 2000).

No estudo da hipertensão portal, do qual trataremos oportunamente nesta revista, veremos que a circulação da veia porta, em condições anômalas, pode desviar-se através da veia gástrica esquerda, das veias paraumbilicais e das hemorroidárias, alcançando, por essas vias, a veia cava superior e a veia cava inferior.

 

 

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