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GERD - ERRADICAR OU NÃO O HELICOBACTER PILORY NA ESOFAGITE DE REFLUXO?
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Revista de Gastroenterologia da Fugesp - GERD - ERRADICAR OU NÃO O HELICOBACTER PILORY NA ESOFAGITE DE REFLUXO?
Nov/Dez-2001

COLONSCOPIA EM AÇÃO
Cláudio Lyoiti Hashimoto
Médico Pesquisador da Disciplina de Gastroenterologia da FMUSP

CROMOENDOSCOPIA NO DIAGNÓSTICO DO CÂNCER
PRECOCE DE ESÔFAGO

A utilização da solução de lugol associado ao exame endoscópico, denominado de cromoendoscopia, foi um importante advento no diagnóstico do câncer precoce de esôfago.

Sabe-se que em muitos casos de câncer precoce do esôfago, as alterações macroscópicas são mínimas e de difícil caracterização, como mudanças de coloração e discretas alterações na superfície como presença de elevação ou depressão e granularidade.

Essas alterações podem ser tão sutis que além da dificuldade de detecção, freqüentemente associa-se a delimitação precisa das margens da lesão e também escolha do local mais apropriado a ser biopsiado.

A solução de lugol é um corante vital, na qual o iodo ali presente interage com o glicogênio contido nos três quartos superiores do epitélio escamoso normal, conferindo mudança característica de cor.

A mucosa esofágica é preparada previamente com a aplicação do corante, instilando-se em seguida uma solução mucolítica (por exemplo, n-acetil-cisteína) e água, a fim de remover os resíduos de muco e saliva. Aplica-se, a seguir, a solução aquosa de lugol a 2% em toda extensão do esôfago. A mucosa normal apresenta coloração amarronzada ou acastanhada característica (fotos 1a e 1b), enquanto áreas de alta concentração de glicogênio (acantose) aparecem hipercoradas.

Áreas com displasia, neoplasia, inflamação e mucosa ectópica, no entanto, apresentam menor quantidade de glicogênio ou ausência deste e, por isso, não coram ou coram-se fracamente, contrastando com o epitélio normal.

Foto 1a) Transição esôfago-gástrica normal (endoscopia convencional)
Foto 1b) Transição esôfago-gástrica após cromoendoscopia com solução de lugol.
Foto 2) Área hipercorada após cromoendoscopia, compatível com acantose glicogênica.

Tabela 1. Concordância entre método endoscópico e cromoendoscópico.

INVASÃO
EDA (N)
CROMO (N)
CONCORDÂNCIA (%)
MP
2
2
100,0
SM
8
8
100,0
Ca in situ
10
18
55,55
NIE grau II
6
18
33,33

  • MP: limitado à camada muscular própria
  • SM: carcinoma com invasão de camada submucosa
  • Ca In situ: carcinoma in situ
  • NIE grau II: neoplasia intra-epitelial grau II

Quanto maior o diâmetro da área hipocorada, maior a freqüência de casos de neoplasia e, também, maior a profundidade de invasão da lesão (tabela 2).

Tabela 2. Relação entre diâmetro da área hipocorada e diagnóstico histopatológico.

HISTOLOGIA
TAMANHO (DIÂMETRO EM MILÍMETROS)
 
Até 5
6 a 10
11
Total
NIE grau II
0 (0,0%)
13 (72,2%)
5 (27,8%)
18 (100,0%)
Carcinoma in situ
0 (0,0%)
5 (27,8%)
13 (72,2%)
18 (100,0%)
Carcinoma invasivo
0 (0,0%)
2 (20,0%)
8 (80,0%)
10 (100,0%)
Total
4
16
26
46

O procedimento completo leva cerca de 15 a 20 minutos, mas depende do número de lesões encontradas, assim como o número de biópsias e, naturalmente, da habilidade do endoscopista.

Não há acréscimo importante no custo em relação ao exame endoscópico convencional. O custo de 300 ml de solução mucolítica de n-acetil-cisteína é de R$ 2,00, e 40 ml de solução de lugol custam cerca de R$ 1,00.

Quanto aos efeitos adversos foram observadas queixas de náusea e queimação retroesternal transitórias, sem outros efeitos colaterais graves. Convém lembrar, no entanto, que deve-se certificar se o paciente não apresenta alergia ao iodo ou outras doenças que contra-indiquem o uso de iodo.

É importante lembrar que a possibilidade de poder oferecer maior sobrevida aos pacientes com câncer de esôfago depende fundamentalmente do diagnóstico precoce seguido da ressecção do tumor.

Os pacientes com neoplasia primária de cabeça e pescoço apresentam elevada prevalência de câncer de esôfago em comparação à população em geral.

A cromoendoscopia, além da elevada sensibilidade no diagnóstico de lesões precoces do câncer de esôfago, auxilia a delimitar as margens da lesão, facilitando a realização de biópsias.

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