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 Relativo ao Programa Apresentado em 02/10/2006 na Tv Cultura (Hepatites)
RELATIVO AO PROGRAMA APRESENTADO EM 02/10/2006 NA TV CULTURA
(Hepatites)
 

Dra. Esther Laudanna

Prof. AA Laudanna

Dra. Esther Laudanna

Prof. AA Laudanna

 
 
O que são hepatites?

São doenças que provocam inflamação do fígado. Esse órgão inflamado está com hepatite. Diversas causas podem ocasionar hepatite, sendo os vírus de relevante importância e deles é que vamos mais nos ocupar, disse a Dra. Esther Laudanna. Os vírus principais são os denominados vírus A, vírus B e vírus C, embora também existam os vírus D e vírus E. Além dos vírus, medicamentos podem ocasionar hepatites, havendo também hepatites também denominadas auto-imunes. A hepatite A, tomada como exemplo determina perda de apetite, icterícia ou cor amarelada da pele e das mucosas, a urina se torna escura de uma cor comparada a de coca-cola diluída, sendo que se essa urina goteja a roupa, essa roupa fica manchada. O povo usa a expressão: urina que mancha a roupa. Essa hepatite pode dar febre. As hepatites agudas são semelhantes na sua apresentação clínica, freqüentemente ictéricas, quer dizer com icterícia, mais raramente ocorrendo hepatites sem icterícias. O vírus A pode ser protegido por vacinação, o mesmo sucedendo com o vírus B. A hepatite A na grande maioria das vezes se cura, requerendo apenas repouso, alimentação adequada, não se devendo restringir alimentos a não ser que o próprio organismo os rejeite. As hepatites se acompanham de perda de apetite e enjôos e podem dar vômitos. Na medida em que o organismo se recupera, caminhando para a cura completa no caso da hepatite A, a alimentação deve ser oferecida e diversificada, para que o corpo permaneça bem nutrido e vença o vírus. A vacinação, acessível nos postos de saúde, tem decisiva importância na prevenção da hepatite A e hepatite B. Embora a hepatite A se cure na grande maioria dos casos, raramente pode ser fulminante, justificando o transplante, que pode chegar ou não antes da morte. Os dados clínicos e laboratoriais dão segurança ao tratamento, revelando a reserva do fígado e a sua capacidade de resistir à doença. A hepatite A é transmitida por via fecal-oral, ou seja, por alimentos ou líquidos que estejam contaminados. A hepatite B e C são transmitidas por sangue, por transfusões, por agulhas não descartáveis, por relações sexuais sem proteção e é freqüente entre usuários de drogas, que se utilizam de seringas sem qualquer precaução. Para a hepatite C não existe vacina, pelo menos até o momento.

Medicamentos e tóxicos

Sim, medicamentos podem causar hepatites, disse o Prof. Laudanna. Comentou a diferença entre sensibilidade individual a medicamentos, muitas vezes imprevisível, dos tóxicos propriamente ditos, que são os venenos. Estes últimos são tóxicos e tanto mais tóxicos quanto maior quantidade for ingerida. Já as hepatites por medicamentos obedecem a outros mecanismos e podem ocasionar todas as conseqüências das hepatites, permanecendo o médico sempre alerta para essa possibilidade, para a retirada do suspeito medicamento, primeira medida do tratamento. Medicamentos comuns podem ocasionar hepatites de gravidade maior ou menor. No caso das hepatites por drogas, a pesquisa de vírus é negativa. Existe também a hepatite alcoólica, a mais generalizada e freqüente causa das cirroses.

E a falada hepatite C, por que é tão temida?

Hepatite C é traiçoeira, disse o Prof. Laudanna, sendo que em 80% dos casos, quando surpreendida, muitas vezes como achado laboratorial, já está na forma crônica, ou seja, de hepatite crônica. É traiçoeira e freqüente, atingindo ao redor de 1,5% da população americana e do Brasil, estimando-se que 300 milhões de pessoas no mundo, estejam acometidas de hepatite C. Seringa, sangue, promiscuidade sexual são os trajetos da transmissão. É preciso separar o que se chama de hepatite crônica, do que se denomina cirrose, pois a hepatite crônica é passível de ser tratada e até de ser curada, quer para os vírus B, como para os vírus C. Existem medicamentos antivirais para essas duas formas de hepatite, com mais eficiência para o vírus B e com eficiência curativa da ordem de 60% para o vírus C. São medicamentos que exigem cuidadosa supervisão médica. Tanto o vírus B como o vírus C estão comprometidos também com o câncer do fígado, sendo que ambos podem levar à cancerização do fígado. Instalada a cirrose, situação em que o fígado já está “empedrado”, endurecido e de reserva muito diminuída, vai piorando a insuficiência hepática e só terá solução pelo transplante hepático. Durante essa trajetória o câncer sempre pode surgir, razão pela qual paciente permanece medicamente supervisionado e controlado. O Dr. Laudanna fez também referência ao vírus D, que é um vírus que se associa ao vírus B em certas regiões do globo terrestre e entre nós na região amazônica, assunto que foi estudado pelo professor Luís Carlos Gayoto, já falecido, da USP, a quem o Prof. Laudanna rendeu homenagem.

Prevenção e riscos

A Dra. Esther Laudanna comentou a importância dos Postos de Saúde quer em relação a vacinação, no adulto ou na criança, referindo-se também a população de risco, representada por médicos, enfermeiros e todos os profissionais da área de saúde. O Prof. Laudanna se referiu também a leptospirose, doença transmitida pela urina do rato e que não é causada por vírus, motivo pelo qual é encontrada nas enxurradas, que arrastam essa urina contaminante. A leptospirose é transmitida por uma bactéria e atinge o fígado onde dá hepatite, e os rins, que são mais gravemente afetados. Além dos Postos de Saúde, é importante saber-se da veiculação nos ambientes de promiscuidade sexual, dos usuários de drogas e significado dos métodos de proteção.
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