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 Relativo ao Programa Apresentado em 08/01/2007 na Tv Cultura (Depressão na prática clínica)
RELATIVO AO PROGRAMA APRESENTADO EM 08/01/2007 NA TV CULTURA (DEPRESSÃO NA PRÁTICA CLÍNICA)
 

Prof. Valentim Gentil Filho

Prof. AA Laudanna

Dra. Esther Laudanna

Prof. Valentim Gentil Filho

Prof. AA Laudanna

Dra. Esther Laudanna

 
 
Depressão na prática clínica

O médico clínico geral e os especialistas clínicos encontram pacientes cuja causa de seus males é depressão. Muitos pacientes procuram especialistas e clínicos gerais e não o psiquiatra, pois não sabem que a sua doença básica é a depressão. Em gastroenterologia, por exemplo, comentou o Prof. Laudanna, vômitos, colites, diarréias, insônia são apresentadas como queixa. Esses sintomas que ocorrem em muitas doenças do aparelho digestivo, desde o câncer a tantas outras, também podem ser provocados por quadros depressivos. O Prof. Valentim Gentil acrescentou que desinteresse a coisas, dificuldade de concentração, inapetência e falta de prazer, insônia sobretudo pela madrugada podem surgir para consulta clínica e em proporções que requerem atuação do especialista psiquiatra. A depressão é uma doença com alterações bioquímicas da função cerebral, não se resolvendo por meios paliativos ou de aconselhamento, requerendo medicação específica. O limite máximo da depressão grave é o próprio suicídio, dados a angústia, tristeza e o desespero que acometem esses pacientes. Na prática clínica os sintomas são atenuados, representando-se por males físicos, aflorando o diagnóstico de depressão pela perspicácia e experiência do médico. A depressão muitas vezes é de causa hereditária e o interrogatório médico completo estará atento a esse fato. Fatores sociais, ambientais e as drogas são desencadeantes, muitas vezes. O Prof. Valentim comentou que, após as doenças cardiovasculares, a depressão é extremamente onerosa, quer pelas incapacitações, pelos sofrimentos, pelas mortes, bem como pelos recursos financeiros que requer para o tratamento da população, conforme estudos da Organização Mundial da Saúde e da Universidade de Harvard (1990-1994). No Brasil, acrescentou, a consulta psiquiátrica é remunerada em oito reais (!) pelo Sistema Único de Saúde.

Tipos, vida social, prevenção e tratamento

O Prof. Valentim Gentil Filho, convidado do dia, esclareceu que a depressão, bem como as doenças mentais, está incidindo crescentemente no mundo, quer nos meios urbanos, como no meio rural. Múltiplas causas no mundo, cada vez mais agitado e violento, também vitimado pelas drogas e pelo estresse, seguramente estão contribuindo para esse importante mal. O fator hereditário existe e quando bem definido reforça o diagnóstico que nem sempre é fácil. Por vezes o próprio paciente relata e sabe da causa hereditária, caso esta exista. A desproporção entre os lutos naturais, que são absorvíveis e passageiros e a doença depressiva, é muitas vezes a chave diagnóstica. A desproporção e a permanência da condição depressiva denunciam e apontam a doença, não se devendo esquecer do abuso de drogas, medicamentos para emagrecer, da maconha e cafeína que contribuem para o desencadeamento da depressão. Todos esses fatores citados atuam sobre o cérebro e suas funções neuropsíquicas, promovendo distúrbios bioquímicos no cérebro, só corrigíveis com medicamentos e outros recursos especializados. A psicoterapia atende mais os desajustes familiares e sociais que também podem precipitar a depressão. A eficácia do tratamento médico é superior a 70%, sendo que muitos casos são atendidos por médicos generalistas, por vezes com apoio psicoterápico. A agressividade do mundo atual causa um verdadeiro “desastre ecológico na cabeça”, disse o Prof. Valentim Gentil. Voltando à maconha, comentou que as moças com idade inferior a 18 anos dominadas pela maconha, chegam a graves depressões com freqüência pelo menos 3 vezes maior do que na população geral. Prosseguindo, explicou que existem pelo menos 15 tipos de variantes depressivas. Algumas são absolutamente genéticas. A síndrome depressiva compreende as formas de síndrome ansiosa, síndrome agitada e síndrome inibida, citando alguns exemplos. Na forma ansiosa predomina a angústia. Disse ainda o Prof. Valentim, que personalidades históricas, até mesmo na bíblia, permitem um diagnóstico retroativo e indireto de quadro ansioso.

O pânico, os jovens e a menopausa

O pânico equivale ao que acontece num incêndio em meio fechado, tipo cinema. É o desespero agudo, disse o Prof. Laudanna. É o perigo agudo e sensação de morte iminente. Comentou que o pânico está incluído no amplo estudo das depressões, com manifestações agudas de desespero. O tratamento do pânico, aliás, é feito essencialmente através de antidepressivos, de regra nas mãos do psiquiatra. A Dra. Esther Laudanna comentou que na menopausa, em decorrência dos distúrbios hormonais, há predisposição ao estado depressivo, havendo recuperação da paciente, geralmente, através da combinação terapêutica de hormônios com antidepressivos. A reposição hormonal, nesses casos é muito significativa, e por vezes, por si só suficiente. O Prof. Valentim acrescentou a freqüência de depressão no fim da gravidez e do parto, condições essas que aumentam 20 vezes o risco de depressão. Voltando ao tema das drogas, a Dra. Esther enfatizou o papel das drogas em geral, do álcool e da maconha, como precipitantes de casos depressivos e mesmo de doenças mentais, salientando que talvez até a pessoa predisposta, de regra o jovem, busque a droga e a ela se fixe, pela condição predisponente.
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