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EDITORIAL
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CURSO 99 - TEMA 3
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Revista de Nutrição e Saúde - NUTRIÇÃO E OBESIDADE
Mai/Jun-1999

CURSO DE NUTRIÇÃO - 1999

Tema 3 - OBESIDADE MÓRBIDA
Utilizaram-se dados apresentados pelo Prof. Garrido no Iº Encontro de Nutrição e Obesidade em Piracicaba em junho de 1999.

CONCEITO

É o indivíduo com excesso em mais de 40% acima de seu peso ideal ou, mais apropriadamente, com IMC > 40 (índice de massa corpórea = peso kg / estatura m²).


INDICAÇÕES DO TRATAMENTO CIRÚRGICO

  • Pacientes com IMC > 40 por mais de 5 anos, apesar de tratamentos clínicos bem conduzidos.
  • Pacientes com obesidade mórbida associada a patologias que diminuiriam a morbidade com a perda de peso:

    • Diabete tipo II
    • Hipertensão
    • Arteriopatias
    • Cardiopatias
    • Desajuste psicossocial

  • Atualmente, com o aperfeiçoamento da técnica operatória, já são aceitos para o tratamento cirúrgico pacientes com IMC = 35 desde que associada a uma patologia de risco: hipertensão, insuficiência respiratória leve / moderada, cardiopatia.

Numa amostragem de 800 cirurgias (desde 1980) 114 casos foram operados pela gastroplastia de Mason e os demais (80%) pela cirurgia de Mason modificada por Capela.

Deste total de 800 casos - 2/3 eram de mulheres 153 kg
- IMC = 51
- Faixa etária - 12 aos 72 anos
  • Doenças associadas à obesidade mórbida mais freqüentes encontradas na casuística do Prof. Garrido.
  1. artropatias em quase a totalidade dos pacientes
  2. hipertensão 1/3 do total
  3. problemas respiratórios 1/3 do total
  4. diabete tipo II
  5. esofagite de reflexo
  6. varizes de MMII

CONTRA-INDICAÇÕES DO TRATAMENTO CIRÚRGICO

  • Obesidade de causa endocrinológica pura. Ex: Cushing, hipoparatiroidismo, etc.
  • Pneumopatia grave. Ex: enfisema, embolia pulmonar prévia
  • Insuficiência renal
  • Cardiopatia de risco elevado
  • Cirrose hepática e alcoolismo
  • Distúrbio psiquiátrico ou Q.I. rebaixado

PREPARO CIRÚRGICO

Após o paciente ter sido avaliado por equipe multidisciplinar (clínicos, endocrinologistas, cardiologistas, psiquiatras e psicólogos), é orientado a perder de 5 a 10 kg de peso a fim de diminuir os riscos anestésicos/cirúrgicos. Durante o regime, é esclarecido sobre o novo modo de alimentar-se após a cirurgia: ingestão de pequenos "bocados", com grande intervalo de tempo entre um "bocado" e outro, de tal forma que uma refeição de 200 g (o máximo suportado pelo novo estômago) demora em média 30 min. para ser completada.

A CIRURGIA PROPRIAMENTE DITA

  • Nas décadas de 60 e 70, praticavam-se cirurgias de encurtamento do intestino delgado ("by-pass" intestinal), com grande diminuição da superfície de absorção, cirurgias essas de mais resultados, com elevada morbidade e mortalidade. Foram abandonadas da prática clínico-cirúrgica.
  • A partir da década de 80, as operações voltaram-se para o estômago, visando a diminuir o volume de alimentos ingerido.
  • Os primeiros 114 pacientes (Garrido, A) foram operados pela técnica preconizada por Mason: Gastroplastia para redução do reservatório gástrico, de 1,5 litros (normal) para ínfimos 20 ml.

O anel rígido mantinha o orifício de escoamento com pequeno calibre, provocando um efeito de esvaziamento tipo ampulheta.

  • A demora do esvaziamento gástrico, mais a distensão da câmara, propiciavam sensação de saciedade, mesmo com a ingestão de pequenos volumes ( 200 gr por refeição).
  • Ao final de 1 ano, a perda média de peso foi de 35 kg.
  • Depois de 2 anos muitos pacientes voltaram a ganhar peso e depois de 10 anos, todos tinham voltado ao peso anterior.

POR QUE?

  • Reabertura da sutura gástrica, refazendo o volume original do estômago.
  • Dilatação do anel rígido levando ao esvaziamento rápido e conseqüente preenchimento da câmara gástrica por mais vezes.
  • Mais de 80% das causas de aumento do peso deu-se pela ingestão de líquidos hipercalóricos tipo leite condensado e "milk shakes".

Diante destes resultados, o Prof. Garrido e cols., passaram a praticar a gastroplastia de Capela:

A grande inovação: a abertura da câmara dá-se diretamente na alça jejunal (pela interposição de um "Y de Roux"). A oferta direta de alimentos para a alça jejunal pode ocasionar discreto "dumping", o que faz o paciente evitar alimentos açucarados e hipercalóricos, complementando a longo prazo a eficiência da intervenção cirúrgica.

PERDA DE PESO 8% do peso inicial no 1º mês pós-cirurgia. Continuam perdendo peso pelos meses seguintes. Ao final de um ano perderam em média 40% do peso inicial e continuam mantendo.

COMPLICAÇÕES

= Incisionais - Abcesso
- Hérnias
- Deiscências
15% das complicações

= Atelectasia
= Broncopneumonia
= Embolia pulmonar
= Mortalidade 15%

   

CONCLUSÃO

Para pacientes portadores de obesidade mórbida, a redução mecânica do estômago associada à digestão tormentosa de líquidos hipercalóricos, tem se mostrado um procedimento seguro com baixa mortalidade e complicações contornáveis.

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