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CURSO 99 - TEMA 4
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Revista de Nutrição e Saúde - RADICAIS LIVRES
Jul/Ago-1999

CURSO DE NUTRIÇÃO - 1999

Tema 4 - IMPORTÂNCIA DOS EXERCÍCIOS FÍSICOS NO EMAGRECIMENTO
Dra. Esther Laudanna
Médica consultora da FUGESP

Em artigo anterior falamos sobre os componente do gasto energético, a saber: taxa metabólica basal, atividade física e efeito térmico dos alimentos. O gasto energético com o metabolismo basal varia com a massa muscular, entre outros fatores, sendo que quanto maior a massa muscular maior o gasto energético no repouso (taxa metabólica basal). Esta recordação rápida é necessária para o entendimento da ação dos exercícios físicos no emagrecimento.

As fibras musculares são conjuntos de fibrilas, que por sua vez são um conjunto de filamentos, os quais consistem basicamente de duas proteínas: miosina e actina.

A flexão do músculo é estimulada por impulsos nervosos. Esse processo é contínuo, de tal forma que mesmo em estado de relaxamento o "tônus muscular" é mantido, às custas de algum gasto de energia.

O músculo esquelético é constituído por vários tipos de fibras. A quantidade de fibras musculares e a proporcionalidade de cada tipo depende de herança genética e é praticamente constante por toda a vida.

Até os dezoito anos ocorre um engrossamento das fibras musculares que corresponde a uma hipertrofia fisiológica. Músculos mais grossos são músculos mais fortes e gastam mais energia basal.

Os músculos esqueléticos podem ser subdivididos em:

  • Vermelhos (fibras tipo 1 responsáveis por contração lenta) com citoplasma rico em sarcoplasma, citocromo e mioglobina, são fibras que dispõem de um melhor suprimento vascular e estoque de triglicérides maior.
  • Brancos (fibras tipo 2, contração rápida simples), com menor suprimento sangüíneo, menor concentração plasmática de proteínas (citocromo e mioglobina) porém, com maior capacidade glicolítica.

Diferentes atividades musculares com variações de intensidade e duração consomem energia de fontes diversas.

No início, o ATP presente no citoplasma da miofibrila é suficiente para uma atividade de força por vários segundos. Continuando a requisição de força, a célula dispõe de uma reserva de fosfato de creatina (C P) que reage com (ADP) resultante da quebra inicial do ATP: assim, a célula dispõe de energia por mais alguns segundos, conseguida sem o consumo de oxigênio.

Após estes primeiros segundos de trabalho muscular, a miofibrila consome a energia derivada dos nutrientes obtidos pela alimentação. A fonte mais prontamente disponível para fornecer ATP é o processo de glicólise, no qual a glicose é oxidada com ou sem a presença do oxigênio.

Quando o processo é aeróbio, o ácido pirúvico é o produto final; quando o processo é anaeróbio o produto final é o ácido láctico. Em qualquer dos dois caminhos a produção de ATP é relativamente pequena. Se o trabalho muscular continuar por mais de 1 ou dois minutos, a célula passa a oxidar os nutrientes disponíveis no sangue provindos da alimentação, através do ciclo de Krebs, na mitocôndria, em presença do oxigênio.

No início do exercício e com o aumento da sua intensidade, a capacidade de o sistema cardiovascular fornecer oxigênio será tanto mais eficiente quanto melhor for o condicionamento físico.

Continuando o exercício em intensidade e, se o organismo não dispuser de suprimento adequado de oxigênio, o músculo passa a obter energia pelo metabolismo anaeróbio da glicólise, onde o produto final, como já dissemos, é o ácido láctico, que vai se acumulando na sangue, diminuindo o pH a um nível em que interfere com a ação enzimática, levando à fadiga.

Estivemos descrevendo os caminhos metabólicos possíveis para a obtenção de energia (ATP) pelo músculo. A manutenção do aporte energético para o músculo é conseguida pelo metabolismo de lípides, açúcares e proteínas.

O carboidrato disponível é limitado ao açúcar sangüíneo e aos estoques de glicogênio no fígado e músculos; ao contrário, o fornecimento potencial de ácidos graxos dos depósitos de gordura são essencialmente "ilimitados". Esclarecendo melhor: após exercícios vigorosos, por tempo prolongado, o organismo fica depletado dos açúcares dos músculos, a tal ponto que às vezes são necessários dias para a restauração do equilíbrio corporal e muscular. Enquanto isso acontece as reservas de gordura são mobilizadas em escala relativamente pequena. Por essa razão os exercícios devem ser progressivamente escalonados, em proporção ao crescente condicionamento físico.

O exercício bem praticado, com prévia avaliação médica, ocasiona bem-estar, eleva a auto estima e a competência física, protegendo também o sistema cárdio-circulatório.

No processo de emagrecimento, buscando-se o peso ideal, é indiscutivelmente importante a simultaneidade de exercício e orientação dietética. Fica também lembrado que o exercício físico combate a descalcificação óssea, sendo essencial, entre outras medidas, no tratamento da osteoporose.

CONTRAÇÃO MUSCULAR E GASTO ENERGÉTICO

  • Exercícios de grande trabalho físico que duram poucos segundos removem primariamente as reservas de (ATP) adenosina trifosfato e (CP) fosfato de creatina do citoplasma da célula. Ex: os primeiros segundos dos jogos de "handebol", "squash", esqui, corrida de velocidade, bicicleta.
  • Exercícios de alta intensidade que estão sendo praticados por mais de alguns segundos obtém energia da glicólise pela via anaeróbia. Ex: "handebol", "squash", esqui, corrida de velocidade, bicicleta (competitiva).
  • Exercícios de baixa e moderada intensidade, praticados além de 10 ou 20 minutos, obtém energia principalmente dos ácidos graxos (mobilizados do tecido gorduroso). Ex: natação (não competitiva), tênis (não competitivo), dança, caminhada rápida, voleibol, andar de bicicleta. O esporte competitivo requer condicionamento físico específico e continuado; a falta de preparo físico expõe o indivíduo a graves riscos: esgotamento físico, "déficits" imunológicos e/ou hormonais,l bem como riscos cardio-circulatórios, inclusive agudos e fatais.

A extensão de tempo que o exercício pode ser sustentado pela queima de ácidos graxos depende do condicionamento físico do atleta.

As pessoas que se exercitam para perder gordura corpórea devem ser capazes de prolongar os exercícios por pelo menos uma hora, respeitando seus limites físicos.

A quantidade de energia gasta durante um exercício depende da intensidade e duração da atividade, e das características individuais do atleta (tais como: sexo, idade, nível de condicionamento físico).

A quantidade de energia gasta para iniciar uma contração muscular é praticamente igual à energia necessária para mantê-la, por isso os esportes que requisitam contrações musculares repetitivas, tais como corrida, remo, natação e ginástica aeróbia, usam mais energia do que aqueles que privilegiam a manutenção da contração muscular, como a ginástica olímpica, golfe, velejar.

O bom condicionamento físico é fundamental para uma melhor qualidade de vida. O excesso de peso tem, entre os diversos fatores da sua instalação e manutenção, o sedentarismo. Ao exercitar-se, o indivíduo com sobrepeso gasta energia, melhora a perfusão dos diversos órgãos, melhora o condicionamento físico (aumentando o fluxo de oxigênio aos tecidos), aumenta a massa muscular e modifica o intricado metabolismo orgânico que, mesmo sob restrição calórica, resiste "teimosamente" a consumir as energias acumuladas.

Responda às perguntas

12) Como são constituídas as fibras musculares?

13) Quais as principais fibras musculares que você conhece?

14) Qual o tipo de exercício físico que consome mais energia?

15) Qual o papel do exercício físico no tratamento e controle da obesidade?

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